terça-feira, 1 de julho de 2014

A vida em sentido contrário

Se já não é aceitável perder um "pai", como eu perdi aos 29 anos de idade, muito menos será aceitável uma mãe perder um filho de 29 anos de idade, como a jornalista Judite de Sousa perdeu.
É contra-natura, é uma inversão do sentido da vida, é um sofrimento desmesurável.
São ainda muitos anos de vida sem que ela possa usufruir fisicamente do filho. É muito tempo ainda para sofrer...

Tal como a jornalista, muitos passam por esta dor diariamente, e será uma dor horrível, indescritível e desumana.
A mesma pela qual estarão a passar os pais das 2 crianças que morreram em sequência do acidente de Moto4...

Ninguém deveria ter de lidar com isto.
Como se sobrevive a algo assim?
Qual a motivação para continuar a viver?

Um comentário:

  1. Por acaso deve ser horrível, mas também acho inadequado o tipo de reação que as pessoas tiveram. Não é exagero dizer que é das piores coisas que há, simplesmente acho que não faz grande sentido fazer comentários sobre isso nas redes sociais, por exemplo, sem conhecer sequer a família. É óbvio que não é preciso conhecer a família para saber o quão horrível isso é, mas exprimir isso "publicamente"... não sei... acho estranho, como se as pessoas achassem que é sábio ou politicamente correto publicar e por isso é que publicam. Como os muitos que aposto que estiveram sempre à espera da notícia da morte, numa ânsia, à espera de serem os primeiros a saber, a divulgar, não sei, não posso deixar de comparar a abutres...
    Não quero ser mal entendida, sou a primeira a dizer que deve ser incrivelmente horrível, mas de certa forma também me parece que é só por ser um caso famoso, enquanto que há muitos outros sem atenção. Até me parece perturbador para uma família de luto a insistência das pessoas em dar a sua opinião, "meter o bedelho"...

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